quinta-feira, 9 de abril de 2009

Ficam as lembranças...

De toda a minha vida, ficam as lembranças.
Não tristezas, não alegrias, não saudade. Mas, lembranças. As tristezas e alegrias são momentaneas. As lembranças, para sempre.

Lembro-me bem de minhas 2 melhores amigas do tempo de escola...tempo já tão distante. Lembro do nome e sobrenome. Éramos tão inseparáveis, que ninguém nos chamava pelo nome. Diziam: o “trio”. Lembro das risadas, das conversas, das decepções. Lembro do afastamento, da tristeza, da saudade. Hoje lembro. Só. Só há lembrança.

Consigo lembrar da primeira paixão, aos 12 anos, pelo menino que por um tempo foi pra mim o mais bonito e interessante da escola. Me apaixonei pela audácia e coragem dele, que um dia levou um morcego para a sala de aula, e olhava com um sorriso deliciado as meninas dando gritinhos de pavor ao ver o bicho voando pela classe. A coragem dele era do exato tamanho de minha timidez. Eu era fascinada por ele. E ele nunca me percebeu.

Lembro de todas as vezes em que, na adolescência, “morri” de amor. Depois – como qualquer adolescente - ressuscitei. Todas as vezes. Umas cinco.
Na juventude, amores desfeitos eram como feridas de “morte”.
Anos depois, amores desfeitos eram “só” feridas.
Hoje, não feririam como antes. Virariam lembranças. Boas ou ruins, mas lembranças.

Nesta altura de minha vivência, sei bem que as tristezas - pequenas, grandes ou imensas - um dia passam. As alegrias, também.

Até a saudade, para mim, dá lugar à lembrança. Não sinto saudade de ser criança. Nem adolescente. Mas gosto de lembrar.
Posso lembrar de perfumes, sons e tons.
Das cores das tardes, das dores de amores.
Não voltaria no tempo. Cada momento teve sua vez. Cada viver, sua oportunidade.
Agora, é outro momento.

De lembrar, mas de viver.

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