terça-feira, 3 de novembro de 2009

"Amiga" secreta

Não sei se porque sou a mais velha de 5 filhos e, aí, acabava sendo a que “tomava conta” dos outros irmãos na infância; ou, talvez, pelas circunstâncias da vida....ou até porque sou assim mesmo, coisa de personalidade, sei lá, mas acho que sou um pouco diferente da maioria das mulheres.

Começa pelo básico: não gosto de fazer compras. Fila de shopping, troca-troca de roupas no provador, fila do caixa... tudo isso é pra mim uma tortura que às vezes só não me faz desistir pela necessidade.
Outra coisa: ficar numa rodinha onde o assunto são receitas ou organização de casa me faz ficar impaciente. Dou uns sorrisinhos pra não pensarem que sou uma ETéia ou pra o clima não ficar chato, mas haja paciência pra ouvir que “a mocinha da novela das 8 está grávida e – céos! – o filho não é do marido, e ele pediu um teste de DNA e agora vai abandoná-la, mas isso é bom porque agora ela pode ficar com o “mocinho!””
(Aproveitando, o que aconteceu com aquela época em que o mocinho ERA o marido? )
Voltando ao assunto...(sorry, mas afinal, tenho algumas coisas de mulher, claro! Como, por ex., dar a volta no assunto, falando, falando, ao invés de ir direto ao ponto. Ta vendo? Podia dizer só que sou prolixa, mas aí não seria mulher, né?)...as vezes tenho que fazer coisas que PRECISAM de habilidades (ou saco) que eu sinceramente não tenho.
Exemplo?
Todo final de ano tem o bendito amigo secreto onde o ponto alto são os bilhetinhos.
Em um departamento composto só de mulheres, os bilhetinhos proliferam mais que pernilongo em praia deserta. Pra piorar, no meu departamento 95% da meninada tem “até” 26 anos, e com criatividade compatível com a idade.
Nesse clima eu, a “líder” (porque “chefe” é coisa de troglodita), já nascida quando o homem pisou na lua (ops!), tenho que disfarçar e escrever bilhetinhos no nível dos demais, sob o risco de ser descoberta (e eu morro de medo de ser descoberta. Cada vez que tenho que ir até a bendita caixinha de amigo secreto e colocar meu bilhete sem que ninguém veja, penso em quem foi que inventou essa "benção". Fico estressada como se alguém fosse me pegar roubando, matando ou sei lá...ih...a prolixa de novo...).
O disfarce nos bilhetinhos inclui errar em pontuação e finalizar com “bjokas!”, “bjussss”, “miguxa”, “migaaaaa” e similares.

Ano passado ficava acordada até 1h da manhã fazendo bilhetinho, porque minha “amiga” reclamou que a “amiga dela” (eu) não tava nem aí pra ela porque não mandava bilhetes (e quem é que tem tempo??!!). Aí, comecei a encher ela de bilhetinhos e emails (sim, criei uma conta com meu pseudônimo e mandava emails lá de casa!), porque já estava ficando com fama de “inimiga secreta”.

Agora cá estou eu, de novo, escrevendo os tais e torcendo pra ninguém me pegar lá perto da tal caixinha.
Ass.: Estrelinha de Natal. Bjussssss!

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